O projeto do Iluminismo estava em nítida oposição à tradição cristã clássica, que sugeria um ponto de vista de conhecimento (ou epistemologia) muito mais humilde e realístico. Reconhecia que o que contamos como conhecimento é profundamente moldado por nossa condição espiritual. Este discernimento foi mais bem expresso por Agostinho em sua imagem das duas cidades: a Cidade de Deus e a Cidade do Homem. Agostinho não estava falando sobre a divisão entre igreja e Estado, como pensam alguns; falava sobre dois sistemas de pensamento e lealdade. Ajudamos a construir a Cidade de Deus quando nossas ações são inspiradas e dirigidas pelo amor de Deus, sendo oferecidas ao seu serviço. Construímos a Cidade do Homem sempre que nossas ações são incentivadas por amor-próprio e servem de propósitos pecaminosos.
Aplicado à vida da mente, a imagem das duas cidades significa que todos chegamos ao mesmo ponto já possuindo motivação espiritual, a qual afeta o que iremos aceitar como verdadeiro. Longe de sermos folhas em branco, nossa mente está colorida por nossa posição, quer a favor de Deus quer contra Ele. Como declara Romanos 1, ou adoramos e servimos ao verdadeiro Deus ou adoramos e servimos às coisas criadas (ídolos). Os seres humanos são inerentemente religiosos, criados para ter um relacionamento com Deus. Caso o rejeitem, eles não deixam de ser religiosos; apenas encontram outro princípio básico sobre o qual fundamentar a vida.
Na maioria das vezes, esse ídolo é algo concreto, como segurança financeira ou sucesso profissional; em outros casos, é uma ideologia ou conjunto de crenças que substituem a religião. Qualquer que seja a forma que a idolatria tenha, segundo Romanos 1.18, os adoradores de ídolos suprimem ativamente seu conhecimento de Deus, procurando deuses substitutos. Tais indivíduos estão longe da neutralidade no que concerne à religião.
Claro que o cristianismo não é determinista. Ensina que, pela graça de Deus, o indivíduo pode ser iluminado pela verdade divina para curvar-se diante dEle, de modo a ser movido de um lado para o outro, ou seja, transferido do reino das trevas para o Reino de Cristo (Cl 1.13). Isso se chama conversão. Não obstante, em qualquer determinado ponto do tempo, estamos de um lado ou do outro. Sempre estamos interpretando nossa experiência levando em conta a revelação divina ou outro sistema de pensamento. Nosso chamado como cristãos é tirar progressivamente todos os "ídolos" que permaneçam em nossa vida de pensamento, a fim de exercermos cada aspecto de nossa vida como cidadãos da Cidade de Deus.
Nas últimas décadas, esta visão cristã clássica tem recebido apoio de fonte talvez surpreendente. A filosofia da ciência contemporânea rejeita a definição antiga e positivista de conhecimento, a qual considerava os cientistas de jaleco livres de preconceitos e crenças no momento em que entravam no laboratório. Hoje, os filósofos estão muito mais propensos a reconhecer o fator humano ao decidir o que conta como conhecimento do que a admitir que seja impossível abordar os fatos de uma posição filosófica neutra em sua totalidade. Todos encaramos o empreendimento científico como pessoas inteiras, levando ao laboratório uma panóplia de experiências, pressuposições teóricas, crenças pessoais, ambições e interesses socioeconômicos. Estes preconceitos colorem praticamente cada aspecto do empenho científico: o que consideramos digno de estudo, o que espera¬mos encontrar, para onde olhamos e como interpretamos os resultados.
"Todos os fatos estão carregados de teoria", é o slogan na filosofia da ciência hoje em dia. Um pouco exagerado, talvez, mas afirma que até o que consideramos "fato" é influenciado pelas teorias que levamos aos estudos científicos. Sempre processamos dados levando em consideração alguma estrutura teórica que adotamos para entender o mundo.
Trecho do livro de PEARCY, Nancy. Verdade Absoluta: Libertando o cristianismo de seu cativeiro cultural. Tradução de Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 526 p. (p. 43-44)
"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12. 2)
terça-feira, 30 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Luz, Câmera, TransformAÇÃO...
O Livro de Eli
por Rubem Amorese
Talvez ele não esteja entre os melhores filmes que assisti nos últimos meses. Porém, fui atraído pelo clima pós-apocalíptico mostrado no trailer. Sou fã dessas histórias que imaginam a vida após um hipotético holocausto nuclear.
“O exterminador do futuro” é um bom exemplo. Acabou virando uma trilogia. Talvez “O livro de Eli” não tenha fôlego para tanto. Mas traz, quase escondida, uma mensagem interessante: o poder “civilizador” de certo livro.
Eli (Denzel Washington) é um guerreiro andarilho que cruza a paisagem devastada da América do Norte, percorrendo estradas dominadas por gangues que matam as pessoas por um copo d’água ou por sapatos. Cenas de barbárie e selvageria: hordas de seres moribundos ou mutantes que pilham tudo o que encontram de valor e lutam entre si para sobreviver. Impera a lei do mais forte.
Em seu obstinado percurso, nosso herói esconde um livro que carrega consigo. O livro é tido, ao longo do enredo, como a esperança de um futuro para a humanidade; Eli o lê, diariamente, há trinta anos. Movido por seu compromisso e guiado pela crença em algo maior do que ele, Eli faz o que é preciso para sobreviver e seguir adiante. Sabe-se que o próprio Denzel desempenhou as façanhas físicas de seu personagem, dispensando dublês. A fotografia é muito boa; meio escurecida para combinar com a história.
Nesse ambiente, o vilão maior, Carnegie (Gary Oldman), chefe de uma cidadela de ladrões e pistoleiros, surge como alguém que compreende o poder do livro que Eli carrega e que fará de tudo para se apoderar dele.
Eis um bom comentário que encontrei na internet: “No começo, o roteiro atrai pela excentricidade desse futuro pós-apocalíptico; depois, o espectador é agarrado pela rivalidade criada entre o protagonista e o vilão. Mais para o final, há uma grande surpresa que fará alguns quererem assistir novamente ao filme”. Vou parar por aqui, para não ser estraga-festa.
Não é preciso fazer uma leitura teológica da história. Ela mesma se apresenta escatológica. Só o fato de o personagem principal se chamar Eli e transportar o que, no final do filme, se confirmará como sendo o último exemplar da Bíblia, já diz tudo. É interessante, no entanto, a percepção do vilão de que o livro conteria uma mensagem capaz de reerguer a humanidade aos níveis civilizatórios perdidos. Nele estariam escritas as palavras necessárias para tirar os homens da obscuridade moral e do caos social em que foram lançados. Carnegie pretende usar as palavras mágicas para tornar-se inaugurador de uma nova raça humana e reorganizar -- em seu proveito -- os sobreviventes da catástrofe mundial.
Detalhes finais: lendo o livro todos os dias, por trinta anos, Eli conseguiu decorá-lo. Será que o autor está pontuando sobre o valor da memorização bíblica? O filme termina com a recriação das circunstâncias em que Gutenberg imprime seu primeiro livro. Claro, o livro de Eli.
Saí do cinema com um versículo na cabeça: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105). Amém.
• Rubem Amorese é consultor legislativo no Senado Federal e presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. É autor de, entre outros, Louvor, Adoração e Liturgia e Fábrica de Missionários — nem leigos, nem santos.
Fonte: Ultimato
por Rubem Amorese
Talvez ele não esteja entre os melhores filmes que assisti nos últimos meses. Porém, fui atraído pelo clima pós-apocalíptico mostrado no trailer. Sou fã dessas histórias que imaginam a vida após um hipotético holocausto nuclear.
“O exterminador do futuro” é um bom exemplo. Acabou virando uma trilogia. Talvez “O livro de Eli” não tenha fôlego para tanto. Mas traz, quase escondida, uma mensagem interessante: o poder “civilizador” de certo livro.
Eli (Denzel Washington) é um guerreiro andarilho que cruza a paisagem devastada da América do Norte, percorrendo estradas dominadas por gangues que matam as pessoas por um copo d’água ou por sapatos. Cenas de barbárie e selvageria: hordas de seres moribundos ou mutantes que pilham tudo o que encontram de valor e lutam entre si para sobreviver. Impera a lei do mais forte.
Em seu obstinado percurso, nosso herói esconde um livro que carrega consigo. O livro é tido, ao longo do enredo, como a esperança de um futuro para a humanidade; Eli o lê, diariamente, há trinta anos. Movido por seu compromisso e guiado pela crença em algo maior do que ele, Eli faz o que é preciso para sobreviver e seguir adiante. Sabe-se que o próprio Denzel desempenhou as façanhas físicas de seu personagem, dispensando dublês. A fotografia é muito boa; meio escurecida para combinar com a história.
Nesse ambiente, o vilão maior, Carnegie (Gary Oldman), chefe de uma cidadela de ladrões e pistoleiros, surge como alguém que compreende o poder do livro que Eli carrega e que fará de tudo para se apoderar dele.
Eis um bom comentário que encontrei na internet: “No começo, o roteiro atrai pela excentricidade desse futuro pós-apocalíptico; depois, o espectador é agarrado pela rivalidade criada entre o protagonista e o vilão. Mais para o final, há uma grande surpresa que fará alguns quererem assistir novamente ao filme”. Vou parar por aqui, para não ser estraga-festa.
Não é preciso fazer uma leitura teológica da história. Ela mesma se apresenta escatológica. Só o fato de o personagem principal se chamar Eli e transportar o que, no final do filme, se confirmará como sendo o último exemplar da Bíblia, já diz tudo. É interessante, no entanto, a percepção do vilão de que o livro conteria uma mensagem capaz de reerguer a humanidade aos níveis civilizatórios perdidos. Nele estariam escritas as palavras necessárias para tirar os homens da obscuridade moral e do caos social em que foram lançados. Carnegie pretende usar as palavras mágicas para tornar-se inaugurador de uma nova raça humana e reorganizar -- em seu proveito -- os sobreviventes da catástrofe mundial.
Detalhes finais: lendo o livro todos os dias, por trinta anos, Eli conseguiu decorá-lo. Será que o autor está pontuando sobre o valor da memorização bíblica? O filme termina com a recriação das circunstâncias em que Gutenberg imprime seu primeiro livro. Claro, o livro de Eli.
Saí do cinema com um versículo na cabeça: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105). Amém.
• Rubem Amorese é consultor legislativo no Senado Federal e presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. É autor de, entre outros, Louvor, Adoração e Liturgia e Fábrica de Missionários — nem leigos, nem santos.
Fonte: Ultimato
O Livro de Eli - trailer legendado
terça-feira, 23 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
O que é Cosmovisão?
"Tão verdadeiramente quanto cada planta tem uma raiz, do mesmo modo um princípio verdadeiramente esconde-se sob cada manifestação da vida. Estes princípios estão interligados e têm sua raiz comum num princípio fundamental; e a partir deste último é desenvolvido lógica e sistematicamente todo o conjunto de conceitos governantes e concepções que irão compor nossa vida e cosmovisão"
(Abraham Kuyper, no livro Calvinismo, p. 198)
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Ídolo do Iluminismo
Os secularistas reforçam a mentalidade de divisão (secular/sagrado), afirmando que a teoria deles não espelha qualquer filosofia em particular, que é apenas "o modo como todas as pessoas racionais pensam". Dessa forma, promovem suas próprias opiniões como imparciais e racionais, adequadas à esfera pública, enquanto denunciam as opiniões religiosas como parciais ou preconceituosas. Esta tática tem intimidado os cristãos, fazendo com que eles fiquem na defensiva quanto à nossa crença, atitude que, por sua vez, abala nossa eficácia na cultura mais ampla.
O equívoco jaz em pensar que haja teorias imparciais ou neutras, que não são afetadas por qualquer suposição religiosa e filosófica. Sabemos, claro, que no reino sagrado, cada grupo tem seus próprios pontos de vista religiosos — cristão, judaico, muçulmano, da Nova Era e assim por diante. Todavia, no reino secular, é comum pensar que todos temos acesso a conhecimento neutro, no qual julga-se que os valores religiosos e filosóficos não interferem.
A ironia é que este ideal é produto de uma tradição filosófica em particular. A noção que advoga que é possível esvaziar a mente de todas as pressuposições e comprometimentos religiosos para obter verdades nuas e cruas da "razão" procede do Iluminismo. René Descartes, considerado o primeiro filósofo moderno, expressou-o vigorosamente no século XVII. O modo de encontrar a verdade, disse Descartes, era tirar da mente tudo que se possa duvidar até alcançarmos um fundamento de verdades firmes e asseguradas que não se possa duvidar. Segundo pensava, ele conseguira atingir esse fundamento infalível em seu famoso cogito, ergo sum: "Penso, logo existo". Afinal, mesmo quando estamos duvidando de tudo, ainda estamos pensando; portanto, a coisa mais segura que podemos saber é a existência da questão do pensamento.
A idéia que emergiu foi que, pelo método da dúvida sistemática, a mente humana ou a Razão (com a letra inicial em maiúsculo) pode atingir a objetividade e certeza divinas. Em um de meus cursos de filosofia na faculdade, o professor gostava de dizer que a objetividade é "o modo como Deus vê as coisas". Embora não fosse crente, ele queria dizer que a verdadeira objetividade só pode ser atingida por um Ser que transcenda este mundo e saiba tudo conforme de fato é.A insolência do Iluminismo acha-se no pensamento de que a Razão era esse poder transcendente que provia conhecimento infalível. A Razão tornou-se nada menos que um ídolo, assumindo o lugar de Deus como fonte da Verdade absoluta.
Ironicamente, o próprio Descartes era católico devoto; tinha tanta certeza de que Deus lhe revelara a lógica irrefutável do cogito, ergo sum que prometeu fazer uma peregrinação ao santuário de Nossa Senhora de Loreto, Itália — promessa que cumpriu alguns anos depois. Esse filósofo é exemplo trágico de como a pessoa pode ser cristã sincera e, mesmo assim, promover uma filosofia que com certeza não é cristã. Descartes ajudou a estabelecer uma forma de racionalismo que tratou a Razão não apenas como a capacidade humana de pensar de modo racional, mas como a fonte infalível e autônoma da verdade. A Razão foi vista como depósito de verdades independente de religião ou filosofia.
Trecho do livro de PEARCY, Nancy. Verdade Absoluta: Libertando o cristianismo de seu cativeiro cultural. Tradução de Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 526 p. (p. 42-43)
O equívoco jaz em pensar que haja teorias imparciais ou neutras, que não são afetadas por qualquer suposição religiosa e filosófica. Sabemos, claro, que no reino sagrado, cada grupo tem seus próprios pontos de vista religiosos — cristão, judaico, muçulmano, da Nova Era e assim por diante. Todavia, no reino secular, é comum pensar que todos temos acesso a conhecimento neutro, no qual julga-se que os valores religiosos e filosóficos não interferem.
A ironia é que este ideal é produto de uma tradição filosófica em particular. A noção que advoga que é possível esvaziar a mente de todas as pressuposições e comprometimentos religiosos para obter verdades nuas e cruas da "razão" procede do Iluminismo. René Descartes, considerado o primeiro filósofo moderno, expressou-o vigorosamente no século XVII. O modo de encontrar a verdade, disse Descartes, era tirar da mente tudo que se possa duvidar até alcançarmos um fundamento de verdades firmes e asseguradas que não se possa duvidar. Segundo pensava, ele conseguira atingir esse fundamento infalível em seu famoso cogito, ergo sum: "Penso, logo existo". Afinal, mesmo quando estamos duvidando de tudo, ainda estamos pensando; portanto, a coisa mais segura que podemos saber é a existência da questão do pensamento.
A idéia que emergiu foi que, pelo método da dúvida sistemática, a mente humana ou a Razão (com a letra inicial em maiúsculo) pode atingir a objetividade e certeza divinas. Em um de meus cursos de filosofia na faculdade, o professor gostava de dizer que a objetividade é "o modo como Deus vê as coisas". Embora não fosse crente, ele queria dizer que a verdadeira objetividade só pode ser atingida por um Ser que transcenda este mundo e saiba tudo conforme de fato é.A insolência do Iluminismo acha-se no pensamento de que a Razão era esse poder transcendente que provia conhecimento infalível. A Razão tornou-se nada menos que um ídolo, assumindo o lugar de Deus como fonte da Verdade absoluta.
Ironicamente, o próprio Descartes era católico devoto; tinha tanta certeza de que Deus lhe revelara a lógica irrefutável do cogito, ergo sum que prometeu fazer uma peregrinação ao santuário de Nossa Senhora de Loreto, Itália — promessa que cumpriu alguns anos depois. Esse filósofo é exemplo trágico de como a pessoa pode ser cristã sincera e, mesmo assim, promover uma filosofia que com certeza não é cristã. Descartes ajudou a estabelecer uma forma de racionalismo que tratou a Razão não apenas como a capacidade humana de pensar de modo racional, mas como a fonte infalível e autônoma da verdade. A Razão foi vista como depósito de verdades independente de religião ou filosofia.
Trecho do livro de PEARCY, Nancy. Verdade Absoluta: Libertando o cristianismo de seu cativeiro cultural. Tradução de Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 526 p. (p. 42-43)
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Palavrantiga
por Ricardo Oliveira
Palavrantiga é acreditar na poesia da vida – seus percursos alegres ou não – expressada através da música e da escrita.
Desde o lançamento do seu primeiro EP (Palavrantiga – Volume 1) em 2008, ficou claro para quem conheceu o som: quatro roqueiros dispostos a fugir de qualquer caminho óbvio em suas composições, instrumental ou liricamente, expressando sua fé, dúvidas e sua vontade de continuar caminhando.
História pra contar.
Dois mineiros, dois capixabas. Eles já tocam juntos há mais de 5 anos participando de outros projetos e desde 2008 são o Palavrantiga. Cada um faz coisas diferentes em trabalhos paralelos ou estudos, mas antes da faculdade já havia algo em comum que, obviamente, os uniu como banda – a música. Marcos Almeida estuda Arte-Educação, Lucas Fonseca está na faculdade de História, já Felipe Vieira estuda Engenharia Ambiental e Josias Alexandre está perto de ser um engenheiro eletricista. E se nada disso consegue se conectar na sua cabeça imagine que tudo pode inspirar uma boa música.
A expressão Palavrantiga, mais do que um neologismo, é um conceito. “É a união de 4 amigos que se divertem com a boa nova da reconciliação em suas vidas, dia após dia”, afirma Felipe Vieira, contra-baixista. Uma banda que deseja transmitir uma idéia necessária ao viver desses tempos, que se resume numa única expressão sempre usada pelos membros da banda e que vem se espalhando entre os amigos: “Alegria sempre!”.
O feedback do conceito e de tudo que foi produzido a partir dele é extremamente positivo e gera ainda mais sorrisos. Foram mais de 4.000 EPs vendidos em um ano, utilizando o formato SMD – inovador e ideal para uma banda independente que está no início. “O EP em formato SMD possibilitou que mais pessoas nos conhecessem, acredito que nesse sentido ele foi mais eficiente que um CD convencional”, enfatiza Josias Alexandre, guitarrista.
Um número expressivo, ainda somado a quase 130 mil “plays” distribuídos pelas músicas do MySpace, além de 7 comunidades criadas no Orkut. A maior delas já passou dos 1.700 membros ativos e ávidos em receber mais novidades sobre a banda. Desde a simples cifra de uma faixa do EP, até discussões mais elaboradas sobre a poesia das canções. Há apenas poucos meses o grupo está no Twitter e seu número de seguidores não para de crescer. É por lá que agora se pode encontrar o cotidiano de pessoas que citam versos de Palavrantiga em 140 caracteres. Um espaço mais dinâmico e rápido para divulgação de novidades da banda e contato direto com os amigos.
Para o grupo, qual o segredo deste caminhar inicial bem sucedido? “Vi que a gente estava dando esperança para muitas pessoas”, explica Marcos Almeida sobre seus encontros com amigos que admiram o som do Palavrantiga. “É basicamente esse o teor das conversas: esperança, edificação, gratidão, alegria!”, completa o cantor.
Palavrantiga é acreditar na poesia da vida – seus percursos alegres ou não – expressada através da música e da escrita.
Desde o lançamento do seu primeiro EP (Palavrantiga – Volume 1) em 2008, ficou claro para quem conheceu o som: quatro roqueiros dispostos a fugir de qualquer caminho óbvio em suas composições, instrumental ou liricamente, expressando sua fé, dúvidas e sua vontade de continuar caminhando.
História pra contar.
Dois mineiros, dois capixabas. Eles já tocam juntos há mais de 5 anos participando de outros projetos e desde 2008 são o Palavrantiga. Cada um faz coisas diferentes em trabalhos paralelos ou estudos, mas antes da faculdade já havia algo em comum que, obviamente, os uniu como banda – a música. Marcos Almeida estuda Arte-Educação, Lucas Fonseca está na faculdade de História, já Felipe Vieira estuda Engenharia Ambiental e Josias Alexandre está perto de ser um engenheiro eletricista. E se nada disso consegue se conectar na sua cabeça imagine que tudo pode inspirar uma boa música.
A expressão Palavrantiga, mais do que um neologismo, é um conceito. “É a união de 4 amigos que se divertem com a boa nova da reconciliação em suas vidas, dia após dia”, afirma Felipe Vieira, contra-baixista. Uma banda que deseja transmitir uma idéia necessária ao viver desses tempos, que se resume numa única expressão sempre usada pelos membros da banda e que vem se espalhando entre os amigos: “Alegria sempre!”.
O feedback do conceito e de tudo que foi produzido a partir dele é extremamente positivo e gera ainda mais sorrisos. Foram mais de 4.000 EPs vendidos em um ano, utilizando o formato SMD – inovador e ideal para uma banda independente que está no início. “O EP em formato SMD possibilitou que mais pessoas nos conhecessem, acredito que nesse sentido ele foi mais eficiente que um CD convencional”, enfatiza Josias Alexandre, guitarrista.
Um número expressivo, ainda somado a quase 130 mil “plays” distribuídos pelas músicas do MySpace, além de 7 comunidades criadas no Orkut. A maior delas já passou dos 1.700 membros ativos e ávidos em receber mais novidades sobre a banda. Desde a simples cifra de uma faixa do EP, até discussões mais elaboradas sobre a poesia das canções. Há apenas poucos meses o grupo está no Twitter e seu número de seguidores não para de crescer. É por lá que agora se pode encontrar o cotidiano de pessoas que citam versos de Palavrantiga em 140 caracteres. Um espaço mais dinâmico e rápido para divulgação de novidades da banda e contato direto com os amigos.
Para o grupo, qual o segredo deste caminhar inicial bem sucedido? “Vi que a gente estava dando esperança para muitas pessoas”, explica Marcos Almeida sobre seus encontros com amigos que admiram o som do Palavrantiga. “É basicamente esse o teor das conversas: esperança, edificação, gratidão, alegria!”, completa o cantor.
Palavrantiga - Rookmaaker
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
A Arte Não Precisa de Justificativa
Lançamento pela Editora Ultimato: A Arte Não Precisa de Justificativa de Hans R. Rookmaaker
A Arte Não Precisa de Justificativa é uma leitura para todos os cristãos que desejam usar seus talentos para a glória daquele que os presenteou. É um chamado aos artistas, artesãos e músicos cristãos para que chorem, orem, pensem e trabalhem. Para o autor, qualquer discussão sobre o papel da arte deve ser precedida por uma afirmação básica: a arte não precisa de justificativa — nem por motivos religiosos ou propósitos evangelísticos, nem por fins econômicos ou políticos.
É verdade que, quase sempre, vemos os artistas como sumos sacerdotes da cultura — nossos gurus — ou como celebridades e bobos da corte. Ao mesmo tempo, esperamos que eles criem coisas de valor quase eterno, sobre as quais se possa conversar séculos depois. No entanto, se os artistas quiserem alcançar sucesso, é preciso aderir à moda e ter apelo comercial. Para Rookmaaker, esse não é um problema novo.
“As coisas têm valor por aquilo que são, e não pelas funções que exercem, por mais que estas sejam importantes.”
* * *
“Às vezes os cristãos produzem música ruim porque não têm talento, porque não se esforçam o suficiente ou porque demonstram sua natureza pecaminosa. Às vezes o mundo produz boa música. [...] A música não é apenas letra. Sua expressão é total, e mais na melodia, no ritmo e na harmonia do que na letra. Claro, isso não significa que se pode escrever qualquer coisa. [...]
A vida e a arte são complexas demais para aplicarmos regras legalistas. Porém, isso não significa que não há normas. [...] Falar de música cristã não significa necessariamente falar de uma música cuja letra transmita uma mensagem bíblica explícita ou expresse a experiência de uma vida de fé e obediência piedosa. [...] A “Paixão de São Mateus”, de Bach, é cristã, assim como os “Concertos de Brandenburgo” o são. Não são apenas as letras das cantatas que são cristãs, mas também a parte instrumental. Se não for assim, estaremos reduzindo o cristianismo e excluindo do comprometimento com Deus, nosso Senhor e Salvador, uma grande parte da nossa vida, que deve manifestar o fruto do Espírito.”
Para ler um trecho Clique Aqui.
Autor de A Arte Não Precisa de Justificativa, Hans R. Rookmaaker
(1922-1977) foi fundador e professor do departamento de história da arte da Universidade Livre de Amsterdã e, talvez, o principal historiador e crítico cultural protestante do século 20. Deixou dezenas de livros publicados, abordando as relações entre a cultura e o cristianismo, centenas de artigos, como também departamentos de arte estruturados tanto na Europa como nos Estados Unidos.
A Arte Não Precisa de Justificativa é uma leitura para todos os cristãos que desejam usar seus talentos para a glória daquele que os presenteou. É um chamado aos artistas, artesãos e músicos cristãos para que chorem, orem, pensem e trabalhem. Para o autor, qualquer discussão sobre o papel da arte deve ser precedida por uma afirmação básica: a arte não precisa de justificativa — nem por motivos religiosos ou propósitos evangelísticos, nem por fins econômicos ou políticos.
É verdade que, quase sempre, vemos os artistas como sumos sacerdotes da cultura — nossos gurus — ou como celebridades e bobos da corte. Ao mesmo tempo, esperamos que eles criem coisas de valor quase eterno, sobre as quais se possa conversar séculos depois. No entanto, se os artistas quiserem alcançar sucesso, é preciso aderir à moda e ter apelo comercial. Para Rookmaaker, esse não é um problema novo.
“As coisas têm valor por aquilo que são, e não pelas funções que exercem, por mais que estas sejam importantes.”
* * *
“Às vezes os cristãos produzem música ruim porque não têm talento, porque não se esforçam o suficiente ou porque demonstram sua natureza pecaminosa. Às vezes o mundo produz boa música. [...] A música não é apenas letra. Sua expressão é total, e mais na melodia, no ritmo e na harmonia do que na letra. Claro, isso não significa que se pode escrever qualquer coisa. [...]
A vida e a arte são complexas demais para aplicarmos regras legalistas. Porém, isso não significa que não há normas. [...] Falar de música cristã não significa necessariamente falar de uma música cuja letra transmita uma mensagem bíblica explícita ou expresse a experiência de uma vida de fé e obediência piedosa. [...] A “Paixão de São Mateus”, de Bach, é cristã, assim como os “Concertos de Brandenburgo” o são. Não são apenas as letras das cantatas que são cristãs, mas também a parte instrumental. Se não for assim, estaremos reduzindo o cristianismo e excluindo do comprometimento com Deus, nosso Senhor e Salvador, uma grande parte da nossa vida, que deve manifestar o fruto do Espírito.”
Para ler um trecho Clique Aqui.
Autor de A Arte Não Precisa de Justificativa, Hans R. Rookmaaker
(1922-1977) foi fundador e professor do departamento de história da arte da Universidade Livre de Amsterdã e, talvez, o principal historiador e crítico cultural protestante do século 20. Deixou dezenas de livros publicados, abordando as relações entre a cultura e o cristianismo, centenas de artigos, como também departamentos de arte estruturados tanto na Europa como nos Estados Unidos.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Vocação e Frustração
Queremos mesmo integrar nossa fé em cada aspecto da vida, incluindo a profissão. Queremos ser pessoas completas, íntegras (a palavra provém do termo latino que significa "tudo"). Não faz muito tempo, conheci um novo convertido que se torturava em aplicar a fé ao seu trabalho como professor de arte.
"Quero que toda a minha vida reflita minha relação com Deus", disse-me. "Não quero que minha fé fique em um compartimento e minha arte em outra."
Todos concordamos com Dorothy Sayers que disse que se a religião não fala com nossa vida de trabalho, então não tem nada a dizer sobre o que fazemos a maior parte do tempo; portanto, não admira que as pessoas digam que a religião é irrelevante! "Como alguém pode permanecer interessado numa religião que não se interessa com 90% da vida?"
No dualismo secular/sagrado, o trabalho comum é denegrido, ao passo que o trabalho na igreja é exaltado como mais valioso. No livro Roaring Latnbs (Cordeiros que Balem), Bob Briner descreve seus dias de estudante em uma faculdade cristã, onde a suposição tácita referia-se à idéia de que o único modo de realmente servir a Deus era num trabalho cristão em tempo integral. Já sabendo que desejava uma profissão na administração esportiva, Briner, escreve:"Sentia-me como seu eu fosse um tipo de cidadão estudantil de segunda classe. Meus colegas que se preparavam para o ministério pastoral, ou serviço missionário, eram tratados como se estivessem fazendo o verdadeiro trabalho da igreja. Os demais eram os coadjuvantes".
A mensagem subjacente era que as pessoas em profissões comuns podem contribuir com suas orações e apoio financeiro; nada mais. "Quase nada em minha igreja ou experiências na faculdade apresentava a possibilidade de uma vida cristã dinâmica e envolvida fora do ministério", conclui Briner. "Ouvimos falar de ser sal e luz, mas ninguém nos diz como ser isso." Ele recebia apoio insincero à idéia de dedicar seu trabalho a Deus, mas o que tudo isso parecia significar era: Faça o melhor que puder e não cometa nenhum pecado hediondo.
O mesmo dualismo secular/sagrado quase acabou com os talentos criativos dos fundadores de vídeos excentricamente engraçados, conhecidos nos Estados Unidos. Phil Vischer diz que sempre soube que queria fazer cinema, mas "a mensagem implícita que recebi enquanto crescia era que o ministério de tempo integral era o único serviço cristão válido. Cristãos jovens deviam almejar ser ministros ou missionários". Assim, com submissão, fez as malas e foi para a faculdade de teologia estudar, a fim de ingressar no ministério.
No entanto, quanto mais via a influência tremenda que os filmes exerciam nas crianças, mais se conscientizava de que era importante produzir filmes de alta qualidade. Por fim, resolveu: "Imaginei que Deus poderia usar um ou dois cineastas, a despeito do que as pessoas dissessem". Desistindo da faculdade de teologia, ele e seu amigo, Mike Nawrocki, abriram uma produtora. Enquanto seus ex-colegas se transformavam em líderes de mocidade e pastores, eles se transformaram nas vozes de dois personagens famosos:Tomate Bob e Pepino Larry. Os vídeos são muito populares por suas mensagens bíblicas e humor ardiloso. Se estes dois desistentes de faculdade de teologia não tivessem por livre e espontânea vontade divergido da mentalidade secular/sagrado e não tivessem decidido que os cristãos têm uma chamada válida no campo da produção de filmes, talvez seus talentos nunca teriam sido úteis para a igreja.Todo membro do Corpo de Cristo tem um talento para o benefício do todo, e quando esses dons são anulados, todos perdemos.
A influência da divisão secular/sagrado é menos surpreendente quando percebemos que muitos pastores e professores a assimilam. Um superintendente escolar me contou que a maioria dos pedagogos define o "professor cristão" estritamente em termos de comportamento pessoal: coisas como dar um bom exemplo e mostrar preocupação pelos alunos. Quase nenhum o define em termos de transmitir uma cosmovisão bíblica nas matérias que ensinam (literatura, ciência, estudos sociais ou artes). Em outras palavras, eles se preocupam em ser cristão no trabalho, mas não pensam a respeito de ter uma estrutura bíblica sobre o trabalho.
Em muitas escolas cristãs, a estratégia típica é inserir em sala de aula certos elementos "religiosos" estreitamente definidos, como oração e memorização da Bíblia, e depois ensinar as mesmas coisas que as escolas seculares. O currículo apenas estende uma camada de devoção espiritual em cima da matéria escolar, como algo supérfluo, enquanto o próprio conteúdo permanece o mesmo.
Trecho do livro de PEARCY, Nancy. Verdade Absoluta: Libertando o cristianismo de seu cativeiro cultural. Tradução de Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 526 p. (p. 38-40)
terça-feira, 2 de novembro de 2010
O Verdadeiro Jesus Cristo
Vem aí o V Ciclo de Palestras L’Abri-AKET com o tema:
O Verdadeiro Jesus Cristo
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